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 DIALETOS BRASILEIROS

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EIS-LUSITANUS




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Data de inscrição : 04/01/2009

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MensagemAssunto: DIALETOS BRASILEIROS   DIALETOS BRASILEIROS Icon_minitimeDom Jan 04, 2009 5:04 pm

Pessoal,

Adoro o Português...
Cá no Brasil falamos muitos dialetos...

Em defesa dos regionalismo tento divulgar o dialeto MINERÊS.

Vejam o que descobri no sítio DESCICLO.PÉDIA

O Minerês (Mneres) é um dialeto do Português, falado em Minas Gerais e no Estado do Triângulo uai (mas não diga isso pra qualquer triangulino, porque muitos não gostam muito de outros "países"). Cê nunca ouviu falá, não ? Sê bêsta sô, vai istudá intão, uai! Vamo cabá cuessaprozalogoevamocaça um jeito de trabaiá!
Fârrtaru cinc ûai ai pa ficâ cetîn uai
Mineiro pensando que sabe falar certo
Origens
Como todas as línguas que, ao se desenvolverem no interior de um continente, perdem as influências da matriz, o português de Minas Gerais se distanciou do "S" alveodental carioca, que foi legado direto de Portugal, das vibrantes e líquidas dos paulistas que, foram legadas da Itália, e do "cantado" baiano, legado de inúmeros dialetos africanos. Resultou daí que, uma vez distante de tais influxos colonialistas, o mineiro inventou um jeito próprio de falar. O mesmo fenômeno pode ser percebido na língua Inglesa na Inglaterra, onde nas terras centrais das Midlands, alguém mais desavisado ao ouvir o Inglês de York Sure pensara ter chegado em algum país da Europa Central. O mesmo acontece com os mineiros: engolem letras, com preguiça de dizer o resto, possuem inflexões assustadoras e gírias absolutamente locais, mas a frase ganha em economia e sonoridade, e, claro, incompreensibilidade.
O Minerês é facilmente reconhecivel por quem fala português (muito embora não entenda o que está sendo dito), e só sabe falar minerês quem é mineiro. Uma interjeição foi legada da Inglaterra quando do governo de Pedro II, no expansionismo ferroviário brasileiro: com a Inglaterra sempre presente na implantação dos trens em Minas Gerais, o interrogativo "Why?" passou a ser falado como "Uai!" no mesmo sentido de "por que?", mas como interjeição. Se você reparar bem ao ouvir minerês autêntico, poderá substituir os uai por interjeições de "por que?". Outro legado anglosaxão foi a própria palavra "train" que passou a figurar como "trem", uma idéia de qualquer amontoado de coisas (trem de pouso, trem de ferro, trem de doido).
As regras do uso da preguiça para cortar as palavras se assemelha a regra inglesa no interior da ilha: por exemplo, a frase inglesa "Do not forget to put on your flat cap", típica de York Sure, é normalmente falada com o som de "du no fogoh tu pa ton io fla ca", tal como as reduções do minerês, o que deixa desesperados aqueles que achavam que sabiam falar inglês só torcendo a língua como os americanos. Esquisitamente, a mesma frase em ingles é falada em Minas Gerais com sotaque de Brighton, a terra da Rainha, na versão "Do Not forget to put on THY flat cap". Isso é principalmente devido as inúmeras escolinhas caras de inglês para menininhas e menininhos metidinhos que acham que sabem inglês até cairem na real.
TREINCOMPRICADU SÔ! CREINDOSPADI NUNINTENDI NADA!NADA MEMO!!!
Mineiro mostrando sua extrema sabedoria
(mineirinho após ler o texto acima)
Estrutura falatorial/linguística - o diminutismo do minerês
Os mineiros sempre foram conhecidos por seus hábitos sovinas austeros, ou seja, todo mineiro gosta de economizar em tudo que pode, principalmente nas conversas. Isso gerou o hábito milenar de cortar as sílabas das palavras para economizar saliva e tempo de pronúncia. Afinal para quê ficar falando uma palavra enorme, se é suficiente falar algumas sílabas principais?
Além da regra da preguiça fonética (o ato de cortar palavras), e com exceção do vocabulário elementar da língua (que será visto logo abaixo), o minerês costuma se caracterizar pelo largo uso da regra do diminutismo, também chamada de diminutização prosal. O uso do dialeto é mais forte na região de Belorizonte e vai perdendo suas influências conforme cê vai deslocando.
De acordo com tal regra, toda palavra ou expressão que admitir seu uso no diminutivo será usada no diminutivo, sem exceções.
Exemplos palavras e expressões no diminutismo:
· Quéu'ma carnin? = Quer um pedaço de carne pra pôr no pão de queijo?
· Nó! Cas co cai ca cuia! = Nossa Senhora! Quase que eu caio com a cuia!
· Peg'láu'copimp'cê = Pegue um copo pra você provar um pouquinho de café pra acompanhar com pão de queijo saído do forno agorinha mesmo
· Quédáuavoltindicarro? = Quer dar uma volta no meu carro pra ver as belezas do meu Estado?
· Põe log'es chinelu, mininim = Ponha logo esse chinelo, senão você vai ficar resfriado e não vai poder comer pão de queijo!
Por esse diminutivo no minerês existe uma alteração da regra gramatical não existindo o gerúndio, sendo substituido pelo gerûno.
Exemplos de gerûno:
· Cumênumtiquim = Comendo pão de queijo
· Câfezim = Pratica de comer pela 7º vez pão de queijo
· Armuçânu = Almoçando (pratica pré "Cafezim")
· Prantânoumtiquim = Plantando um pouco
· Coiênu = Colhendo umas ervas ali na horta pra fazer um chá bom pra receber as visitas
· Iscuitânu = Escutando moda de viola ou os cantalorar dus passarim
· Vênu = Vendo (ver) us garziné correndo atrás das galinha
· Vendênu = Vendendo (vender) pra fazer um pé de meia (mas nunca vão te contar isso)
· Prusiânumtiquim = Conversando um pouco pra passar as horas
O uso do verbo pronominal no minerês
O hábito de economizar saliva e tempo no minerês se aplica também ao uso dos verbos pronominais. Quem não é de Minas Gerais (ou não descende de mineiros) e ouve pela primeira vez um mineiro falando, tem a impressão de que o indivíduo faz uso, em sua fala, de verbos transitivos diretos e se esquece dos objetos diretos. É certo também que os goianos entendem perfeitamente o minerês, visto que o goianês tem origens comuns com o dialeto mineiro, ambos surgidos em circunstâncias praticamente idênticas.
Na verdade, o mineiro e o goiano têm por costume utilizar os verbos pronominais suprimindo o pronome oblíqüo átono que lhe deveria acompanhar para enfatizar quem praticou a ação. O hábito de engolir os pronomes oblíqüos átonos que acompanham os verbos pronomianis causa estranheza aos não-mineiros, pois isso não é comum em outros estados brasileiros. O indivíduo fica esperando o mineiro completar a frase, mas a frase já acabou.
Esse mau hábito é próprio de todos os mineiros, mesmo daqueles que fizeram graduação, uma dezena de especializações, mestrado, doutorado e pós-doutorado em língüa portuguesa. Por esse motivo, muitas pessoas que vão a Minas Gerais acabam pensando: "Meu Deus! Será que sou eu que falo errado ou é todo mundo aqui nesse Estado?" Alguns não-mineiros que estudam em Minas Gerais até aderem ao hábito, pois pensam: "Até meu professor fala assim... não deve ser errado... eu que aprendi errado e falei errado a vida toda".
Exemplos de supressão do pronome oblíqüo átono no minerês:
· Eu formei ano passado.
Quem não está adapatado ao minerês se pergunta: "O que foi que ele formou ano passado?" Na verdade, o mineiro quis diser: Eu me formei ano passado, pois quem forma, forma algo ou alguém, e se a pessoa forma a si mesmo, ela se forma.
· Vai tê'ma festa'manhã, sô. Cê anima?
Quem não está adapatado ao minerês se endaga: "Será que ele está me achando com cara de músico ou de palhaço? Pois, quem anima festa é músico ou palhaço." Na verdade, o mineiro quis diser: Vai ter uma festa amanhã, amigo. Você se anima?
· Cara, hoje d'manhã eu 'sustei.
Quem não está adapatado ao minerês fica pensando: "Quem foi que ele assustou hoje de manhã?" Na verdade, o mineiro quis diser: Cara, hoje de manhã eu me assustei.
· Véi, eu vô ligá o som um poquim. Cê incomoda?
Quem não está adapatado ao minerês fica pensando: "Porra! quem está incomodando é ele. Eu sou o incomodado nessa história!" Na verdade, o mineiro quis diser: Velho, eu vou ligar o som um poquinho. Você se incomoda?
O verbo "Toco"
É o verbo mais importante dentro da classe gramatical minerês. Existem especialistas que defendem a idéia que a sua importância para o minerês é similar ao verbo "to be" para o inglês.
"Toco" é o verbo que exprime uma ação/vontade do próprio mineirin (de si mesmo para ele próprio!!).
Conjugação Verbal - nupresenti (exemplo):
Eu toco fome. tu taco fome. ele taco fome. nóis tamoco fome. vois taesco fome. eles tãoco fome.
"Toco" também exprime também alguns atos simples do mineirin:
Ele tocofogo, ele tocogado, ele tocoviola, ele toconela, ele tocouma (neste último caso há um belo exemplo de uma ação desesperadora do mineirin: ele tocoumapréla!)
"Toco" expressa também questionamento do mineirin:
Quem toconeu? Quem tocoqüele? (Tem até um livro que vendeu horrores: "Quem toconumeuquejo?")
É um verbo especial que não tem infinitivo (se você é burro provavelmente esqueceu que é aquela merda do "ar", "er" e "ir") e é pronuciado junto com a próxima palavra da frase.
Exemplo: Eu tocofome.
Vocabulário Elementar
· "CÚ DO ZÉ ESTEVU"O Mineiro tem o estranho hábito de dizer que está no cu do dito cujo, para expressar que está ferrado! -"Nossa sô! O Jão lá da venda tá no cu do zé estevu, tá devendu até as prega nus bancu!"
Apresentações
· Cuméquecêchama? = Qual o seu nome?
· Doncêé? = De onde você é?
· Oncêmora = Onde você mora?
· Proncêvai? = Pra onde você vai?
· Cêéfiidiquem? =Você é filho de quem?
Vendo as Horas
· Meidiimei = Meio dia e meio
· Umorr = Uma hora
· Duzorr = Duas horas
· Treizorr = Três horas
· Catorr = Quatro horas
· Cincorr = Cinco horas
· Seizorra = Seis horas
· Setiiorra = Sete horas
· Oitorra = Oito horas
· Novorr = Nove horas
· Deizorr = Dez horas
· Onzorr = Onze horas
Cumprimentos
· Djia! = Bom dia
· Tardji! = Boa tarde
· Noitchi! = Boa noite
· Inté = Até logo
· Benss (ou Bênçu) = A benção, minha mãe (ou meu pai).
· Dêsabençôi (ou Dêstibençôi)(tibençôi) = Que Deus te abençôe, meu Filho(a). Vai com Deus!
· Baum? = Tudo bom?
Pedindo Informações
· Onquié = onde que é?
· Oncotô? = aonde que eu estou?
· Proncovô? = para onde que eu vou?
· Oncêtá? = aonde você está?
· Quanscusta? = quanto custa?
· Prônostam'ínu? = para onde nos estamos indo?
· É logali? = é logo ali? (distância referente a 100 quilômetros mais ou menos podendo chegar a 150)
· Epassaqui? = ele passsa aqui?
· Qui trem é esse = o que é esse objeto?
· Cessaciessionbspasnassavás? (escreve-se: Cê-ças'sses\'onz-pass'avas?)(em versão avançada, Essonbspassaváss?) = você sabe se esse ônibus passa na Savassi?
· Ondéopondiônz? = aonde é o ponto de ônibus?
· Cantazóra? = "quantas horas?" (em português: "quanto atrasado estou?").
· É firme? = É filme?
· Contáujogu? = Qual o placar do jogo?
· Aqui... = Introdução a qualquer pergunta. Ex: Aqui... Cessaciessionbspasnassavás?
Lugares
· Tidiguerra = tiro de guerra
· Pondiônz = ponto de onibus
· Ponditács = ponto de táxi
· Berádurii = próximo ao rio
· Meidapráss = meio da praça
· Dibadaponti = de baixo da ponte
· Trádaserra = atrás da serra
· Ruditrais = rua de trás
· Rudumeii = rua do meio
· Alííí ou pertim = depois de 2 ladeiras, 7 esquinas, 20 curvas, 5 ônibus, mais 6 quarteirões, 100 passos, você chega. O equivalente a um tirimdiguerra (tirinho de guerra).
· Bádapônti = debaixo da ponte
Fazendo Compras
Quêjo prus minêro é qui nem arroiz pro japonêis.
· Quanquié ? = quanto custa?
· Derear = Dez Reais
· Baratim = (deixa ver se eu adivinho quanto esse otário está disposto a pagar)
· Lidilêit = litro de leite
· Kidicár = kilo de carne
· Mastumá = massa de tomate
· Pincumél = pinga com mel
· Vidiperfumi = vidro de perfume
· Pasdidenti = dentifrício
· Iscôdidente = escova de dente
· Sanduba = sanduiche
· Cadizopô = caixa de isopor
· Gra´d cerveja = engradado de cerveja
· Bô di'mií = Bolo de milho
· Carin heim?! = muito caro
· Uai, subiu? = o preço aumentou
· Doisacu tá bão! = vou levar dois saquinhos
· Inbruiá dôsdoci quevolevá = embrulha dois doces pra eu levar
· Táquantu-u-abóbrão? = qual o preço dessa abóbora grande?
· Cequé quejuditauba ô quejudiladera? = Você quer queijo de tábua (queijo curado) ou queijo de geladeira (queijo fresco)
A família
· meufii = meu filho
· miafía = minha filha
· meutii = meu tio
· meusubrim = meu sobrinho
· miamuié = minha esposa
· miamiga = minha amante
· miavó = minha avó
· sôfii = sou (seu) f***o da p**a
· jararaca, sorocucu, cascaver= sogra
· forgadus= cuhado
O Tempo
· isturdia ou istrudia = esses dias (ex: cumpádi manér teve aqui isturdia)
· trudia = outro dia
· Antonti ou Antchiotem = antes de ontem
· transantonte = a três dias atrás
· Quincantonte = a cinco dias atrás
· Ansdionti = antes de ontem
· Séssetembro = sete de setembro
· Sápassado = sábado passado
· Sêsquivem = sexta que vêm
· Quióração = Que horas são?
· Quatódatárdi = Quatro horas da tarde
· Tá cum jeidi chuva = (cansei dessa conversa besta e vou embora)
· Quánahora = quase na hora
· É rapidim = vai demorar algumas horas ainda
· Górinhamês = Agora mesmo
· Góracedu = Agora cedo
· Tardanoiti = Tarde da Noite
· Meiidiimei = Meio-Dia e Meia
Então veja na prática um mineirim daqueis prusiando:
Istrudia, achu qui era antonti ou ansdionti ou era sápassado? Minto. Nu séssetembru passado lembrei argóra! Bão quióração? Tá cum jeidichuva, quánahora, dexoí, sêsquivem eu vórto e nóis proseia mais um cadim.
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